Caixa Tem vai oferecer microcrédito para os trabalhadores informais

A Caixa Econômica Federal está preparando um programa de microcrédito para atender os “invisíveis” que foram descobertos pelo auxílio emergencial. A ideia é oferecer o crédito com taxas baixas aos trabalhadores informais de forma digital, por meio do aplicativo Caixa Tem.

“Estamos discutindo um grande programa de microcrédito para o pós-auxílio. Isso só é possível porque temos o celular, porque conseguimos atingir milhões de pessoas de forma eficiente”, anunciou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, nesta terça-feira (29/09), durante a apresentação do cronograma de pagamento das últimas parcelas do auxílio emergencial.

Ele lembrou que 37 milhões dos brasileiros que estão recebendo o auxílio emergencial não estavam em nenhuma base de dados do governo antes da pandemia. E contou que 33 milhões desses “invisíveis” também não tinham nenhuma conta no banco, até ganhar uma poupança social digital da Caixa para poder ter acesso ao auxílio emergencial.

Segundo Guimarães, os pagamentos digitais do auxílio emergencial fizeram com que a Caixa conseguisse criar uma das maiores plataformas digitais financeiras do mundo, o Caixa Tem. E ele disse que o app tem sido bem aceito pela população. Segundo a Caixa, cerca de 287 milhões de operações financeiras foram realizadas nos últimos meses com os recursos do auxílio emergencial no Caixa Tem e só 33 milhões dessas transações foram de saques em espécie, o restante diz respeito a pagamentos, compras e transferências digitais. Por isso, o app será mantido e ampliado após a pandemia de covid-19 com serviços como a oferta de seguros e microcrédito.

“Antes do auxílio, essas pessoas não tinham conta em banco nenhum. Então, para que pudessem tomar crédito, iriam a um agiota, a uma financeira e acabavam pagando 20% ao mês. E já posso afirmar que nossa taxa de microcrédito não chegará a 10% disso”, adiantou o presidente da Caixa.

Secretário-executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto disse o programa de microcrédito da Caixa dá uma ideia do que o governo pretende fazer em termos de programas sociais após o fim do auxílio emergencial, em um cenário de maior inclusão digital, mas orçamento mais restrito. “Vamos buscar todos os meios disponíveis para fazer a junção dos programas e, ao fazer a junção, mesclar dinheiro público, dinheiro privado, da sociedade, do terceiro setor e o universo de possibilidades e oportunidades que o auxílio acabou nos ensinando com a evolução do Cadastro Único”, disse.

Barreto não esclareceu como essa visão se cruza com a discussão sobre a criação do Renda Cidadã. Mas, antes do impasse sobre esse novo programa social, a ideia do Ministério da Cidadania era criar uma plataforma digital que reunisse todos os programas sociais do governo, além de oportunidades de capacitação e empregabilidade, debaixo do guarda-chuva do Renda Brasil. 

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