Como sua empresa lida com a iniciativa e a curiosidade não programada?
A Olivetti foi pioneira na fabricação de máquinas de escrever. Fundada na Itália, em 1908, a empresa fez sucesso em vários países, inclusive no Brasil. Quem já trabalhava antes da popularização dos computadores pessoais, certamente usou uma Olivetti.
Na década de 1930 ficou famoso um episódio em que um funcionário foi flagrado por seus colegas, saindo da fábrica com uma sacola cheia de ferramentas e peças de ferro. O caso ganhou repercussão e seus pares pares, indignados, pediram a sua cabeça.
O CEO Adriano Olivetti resolveu entender melhor o ocorrido e descobriu que o “ladrão” estava levando as peças para casa para trabalhar durante o final de semana na ideia de uma nova máquina. Fez isso porque não tinha tempo enquanto desempenhava suas atividades normais durante a semana.
Olivetti resolveu não despedí-lo. Ao contrário, deu-lhe o tempo e a estrutura que precisava para criar seu projeto. Além disso, o funcionário ganhou também a responsabilidade de supervisionar a fabricação.
O resultado foi o lançamento da Divisumma, a primeira calculadora eletrônica da marca. O produto foi um sucesso de vendas no mundo todo nos anos 1950 e 1960. Seu inventor foi promovido a diretor técnico da empresa.
Ao apostar na criatividade e na iniciativa do funcionário, a Olivetti saiu ganhando (e muito).
As décadas se passaram, o mundo se transforma exponencialmente e cada vez mais rápido.
A capacidade de lidar com iniciativas que nascem de maneira não-programada, de dar autonomia aos inovadores e de construir uma cultura de experimentação pode ser a diferença entre continuar existindo ou ficar pelo caminho.
Muita gente entende; só uma parte se arrisca a colocar em prática.
Autor: KAIO SERRATE