Taxa selic pode voltar a subir neste ano
A adequação do Renda Cidadã ao teto de gastos, prometida pelo senador Marcio Bittar, fez os juros futuros terem um dia de queda significativa na última segunda-feira, 05.
No entanto, isso não foi suficiente para que a curva de juros deixasse de colocar nos preços elevações na Selic já a partir deste ano.
Para o fim de 2021, a curva aponta para um juro básico em torno de 5%, como reflexo dos riscos ao teto de gastos e ao atual regime fiscal, que ganharam ainda mais força nos últimos dias.
Elevação
Cálculos da Renascença mostram que a curva precifica 40% de chance de um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic já na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Além disso, os preços indicam quase 90% de possibilidade de uma elevação do juro básico em dezembro, também de 0,25 ponto. Para o fim de 2021, a curva aponta para uma Selic um pouco acima de 5%.
O mercado tem visto probabilidade crescente de um cenário fiscalmente pior, que teria como consequência a necessidade de reversão da política monetária mais cedo do que se espera, avalia o economista-chefe da Truxt Investimentos, Arthur Carvalho.
“O que está nos preços do mercado agora é uma ponderação de diferentes cenários: ou vamos ficar com uma Selic baixa por muito tempo ou vamos ter uma Selic muito mais alta, talvez até maior do que os números mostrados na curva, de 7%, 8%.”, aponta.
Taxa Selic
A taxa básica de juros brasileira incide sobre todas as operações financeiras nacionais e os financiamentos diários lastreados pelos títulos públicos que estão registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) .
Pela sua influência nos rumos da economia, a taxa Selic é um dos instrumentos mais tradicionais do Banco Central para o controle da economia. Ela pode ser a peça-chave para muitos investidores decidirem aplicar os seus recurso em títulos públicos, planos de renda fixa ou na renda variável.
A taxa básica de juros também influenciará a taxa de investimentos privados e o gasto das pessoas com bens não produtivos. Dessa forma, uma Selic alta impactará diretamente na inflação registrada no Brasil, no crescimento do PIB e nos índices de consumo e investimento privado. Contudo, a sua variação está ligada diretamente à situação das contas públicas e da economia nacional, o que impede a sua redução sem o suporte dos fundamentos básicos.